NOMES
"Preservo teu nome dentro da garganta como a chave da porta secreta. Sei que ele me pertence e me faz bem sabê-lo em mim. Guardo teu nome e não o pronuncio em vão para preservá-lo de dias ordinários e de momentos tolos, para depois, subitamente, pronunciá-lo devagar e senti-lo escapar por entre os dentes, me fazendo alada como só os rastejantes sabem ser. Às vezes não me contenho e digo teu nome em arroubo de saudade e ostentação, mas minha soberba é própria, desconhecem os outros meu amuleto, minha força roubada, minha devoção postiça. Não sabem eles do meu segredo: teu nome habita em mim e me faz muito maior do que sou.!
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