domingo, julho 30, 2006


Matrimonio
"Vou começar essa reflexão pelo comparativo. O velho contrato conjugal nos oferecia como escolha apenas a forma de compartilhar ou não os bens do casal: o casamento era tacitamente monogâmico e sob um memos teto. Ponto. A mulher: a rainha do lar;o homem o provedor e punidor: Ponto. E assim caminhou a humanidade durante muitos anos...Hoje a história é outra. A mulher é dona da própria casa, da própria vida, das decisões, das contas, dos horários, dos compromissos de trabalho, do lazer e do grupo de amigos. O encontro amoroso, quando acontece, é mais uma boa coisa a ser vivida e ser desfrutada entre tantas outras. Talvez a mais importante, não a única. Fórmulas que garantam um pedacinho de singularidade já não são novidade- há até os que decidem morar em casas separadas na tentativa de preservar a relação da aspereza da rotina e das TPM's. Seja qual for a sua escolha, não abra mão, jamais, da dinâmica no contrato. Permita que a grande novidade seja a tranformação constante. Basta daquela rigidez calcada em leis e assinaturas, que os desejos profundos sejam as diretrizes do casal. Que eles sejam revistos e compartilhados para que se instale a verdadeira cumplicidade amorosa. Porque tudo, neste universo, muda. Como pretender que justo o amor permaneça imutável?! A comunicação aberta, o papo franco, é o principal aliado dessa forma inovadora de amar. Convenhamos: imaginar que uma única pessoa será capaz de realizar todos nossos sonhos e fantasias, até que a morte nos separe, já é loucura. Imagine, então,pressupor que o outro vai adivinhar o que a gente quer/não quer/precisa/não tolera... O nosso contrato amoroso pressupõe comunicar; respeitar, reinventar: Quebrar o gesso e o gelo e criar; a dois, a moral, e a ética de cada dupla, a cada fase. Discutir fidelidade, cumplicidade e os contornos da relação, para mantê-la viva e pulsante. Não se cale. Revele seus sentimentos e desejos. Admita que aquilo que antes nutria hoje já não apetece, mesmo correndo o risco de não corresponder às expectativas da pessoa amada. Reforme, transforme. E jamais se conforme."
Karen Hanna

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