sábado, agosto 09, 2008

VIRGÍLIO LUIZ TEIXEIRA e o BAÚ.

Meu bisavô, chamáva-se Virgílio Luiz Teixeira, eu o conheci; ele morava no município da grande Porto Alegre mas viveu a vida toda dele na fazenda, não posso dizer com certeza sobre a história do meu biso mas o que eu sei e que me recordo quando na minha infância ele e minha bisavó iam na casa da minha avó (visitar) ele, (detalhe) era surdo, e minha bisavó, (detalhe) era cega, cômico; brincadeira à parte, eu sabia quando eram eles, porque a campanhia não parava de tocar, ele só a soltava quando abriamos a porta, eu gritava é o "biso" porque sabia que a campanhia ia tocar muito se demorássemos a abrir a porta, claro, ele não ouvia né!
Bem o meu biso era um homem muito magro e muito alto e minha bisa era baixinha corpinho muito bom e os cabelos bem pretos, nessa época já eram bem velhos mas lembro que eu já estava adulta e minha bisa ainda mantinha aqueles cabelos pretos sem usar uma pintura, era porque ela era "bugra" e minha avó, a Geny que era filha dela também sempre teve os cabelos negros, eu herdei esse lado da família da minha mãe porque pressinto que não vou "branquear" tão cedo, isso prá mulher é uma dádiva, afinal não queremos parecer velhas, não é mesmo?
A bisa era "benzedeira" ela benzia com um "ramo",não lembro bem mas acho que era "arruda" e falava baixinho e não conseguia distinguir o que ela dizia eu sei que eu a imitava e dizia baixinho palavras que nem eu mesma sabia, eu inventava é claro! Sempre tive imaginação fértil! Ao contrário da minha bisa, as pessoas sentiam-se gratificadas pela "benzedura" porque iam pessoas de todas as partes lá na casa da minha tia onde meus "bisos" moravam.
Também lembro que quando a bisa pedia prá que eu a levasse ao banheiro, isso na casa da minha avó, na Almirante Barroso em Poa, eu enganava a bisa, pelo fato dela ser cega, eu a levava prá rua, e dizia: Pronto bisa, estamos no banheiro, que bisneta agradável e boazinha eu era, é claro que ela dizia: Karen estamos noutro lugar né minha filha? hehehe
Ai eu ria ria ria ria e ela também coitadinha, eu levava então minha bisa pro banheiro que ficava dentro da casa, ehehehe
Mas nisso eu fazia a coitadinha de boba e ela tinha que "andar" novamente pela casa toda eu nem pensava na época se ela estava "apertada" prá ir ao banheiro mas que maldade a minha!
Na época dos escravos, meu biso morava ainda na fazenda e quando foi embora prá Porto Alegre ele arrumou o baú (era considerada mala) com todas as roupas e coisas pessoais dele, de certo também da minha bisa. Então o biso veio da fazenda prá Porto Alegre com esse baú aonde depois de um tempo, quando meu biso já morto, então minha mãe que era neta, herdou o baú. Esse baú ficou com minha mãe o tempo todo da minha infância à fase adulta e lá em Porto Alegre esse baú ficou com meu irmão o Helinho, quando minha mãe morreu.
Depois de nem sei quantos anos meu irmão com esse "Projeto Minha Vida em Duas Malas" está se desfazendo de tudo que herdou da minha família, mãe e pai, eu então pedi à ele que esse baú ficasse com o Jr que é um dos netos da minha mãe, sendo o "tataraneto" do meu biso, chegou ontem dia 08/08/08 olha que data linda, meu irmão pediu que assim que chegasse aqui na minha casa o Júnior meu filho, fizesse uma filmagem abrindo o baú e eu filmei e mandaremos para meu irmão prá que seja colocado no projeto dele.
Dentro do baú está outro baú que esse eu não sei nada da história, mas tem algumas peças decorativas como "negros africanos" de madeira jacarandá quando meu pai esteve na Àfrica e ficou lá por uns 4 mêses e nos trouxe alguns objetos de marfim e peças oriundas de lá que vão ficar com o Júnior. Algumas porcelanas que a Elisa pediu, ela tem maior carinho no que se refere à coisas da minha mãe!
Eu chorei quando o Jr começou a abrir o baú, tinha a sensação que "estava tirando restos mortais da minha mãe" ali de dentro. Foi uma sensação estranha!
Bem vou postar novamente sobre a história do baú, assim que estiver editado a chegada da filmagem do "dito cujo" sendo aberto aqui em casa....
Karen.

Um comentário:

Unknown disse...

adorei,está muito bem escrito,a gente fica relembrando tudo o que passou...como passa rápido!!!
Lembro-me de tudo isto;até da maldade que tu fazias com a pobre da bisa Luiza...rsss
beijos,mana.