sexta-feira, dezembro 08, 2006


"Haverá uma hora qualquer em que me doerás menos.
Talvez haverá mesmo uma hora qualquer em que tu não haverás mais de me doer, em que eu poderei sorrir sobre as lembranças que irão perdendo o gume no rolar no tempo, uma hora na qual a mim será permitido encontrar-te sem que meu corpo se reconfigure ao redor do teu e minha pele não seja toda um livro de memórias.
Quem sabe nessa hora, já livre dos arpões, eu não tenha mais nos olhos o perfume oco dos meus vazios e entre o seio e a mão possa florescer uma asa fugidia."

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